segunda-feira, 21 de abril de 2014

A um passo da América

Papão joga por um empate diante do Brasília para conquistar Copa Verde e garantir vaga na Sul-Americana
No ano em que o Paysandu conquistou o maior título de sua história, a Copa dos Campeões, em 2002, o que garantiu a vaga para a disputa no ano seguinte da Copa Libertadores da América, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) criou a Copa Sul-Americana, uma espécie de segunda divisão da competição mais importante da América do Sul. Ainda assim, alguns dos clubes mais importantes do continente já a disputaram e venceram-na, como os argentinos Boca Juniors e Independiente e os brasileiros Internacional-RS e São Paulo-SP. Doze anos depois, hoje o Papão tenta voltar a carimbar o passaporte para uma disputa internacional. A partir das 17 horas, o Paysandu encara o Brasília-DF, pelo título da Copa Verde.
O jogo será no Estádio Nacional Mané Garrincha, reconstruído para ser o segundo maior da Copa do Mundo, com capacidade oficial para 68.009 pessoas, atrás apenas do Maracanã, com 73.531 lugares. Será um palco e tanto para uma torcida ínfima que estará presente. A média de pagantes nos jogos do Brasília é de 330 torcedores e, para levar mais gente, a diretoria do clube colorado estava até dando ingressos, isso depois de colocar 20 mil lugares a R$ 1,00, valor que não paga uma passagem de ônibus em nenhuma capital do Brasil.
As arquibancadas quase vazias - espera-se mais gente de azul e branco do que de vermelho no estádio - contrasta com a importância do jogo para os dois times. De um lado, uma equipe das mais tradicionais do futebol nacional que tenta se reerguer, um ano depois de ter sido rebaixada da segunda para a terceira divisão. Do outro, um clube com menos de 40 anos de fundação e que nunca teve maior destaque no cenário nacional.
O Paysandu tenta confirmar que está mesmo em um caminho rumo à modernização. Caminho esse que foi apregoado ano passado, mas teve como ponto final os mesmos erros de antes e a queda para a Série C, onde o clube ficou por seis anos e teve muitas dificuldades para sair. A diretoria trouxe um técnico com experiência, mas ainda em busca de um lugar ao sol. Mazola Júnior resolveu trabalhar com paciência e um passo de cada vez. O time demorou um pouco a engrenar, mas hoje decide a Copa Verde, tem a melhor campanha do Campeonato Paraense, passou de fase na Copa do Brasil e daqui a cinco dias estreia no Campeonato Brasileiro.
Tudo vem dando certo, mas o próprio treinador sabe que isso não for traduzido em título de nada valerão os elogios até aqui. “Futebol é assim. Você pode ter o melhor trabalho do mundo, mas se não tiver títulos ninguém vai considerá-lo. Chegamos a um momento decisivo na força máxima que esse grupo pode dar. O elenco não tem muito mais a dar do que vai dar nessas finais”, comentou Mazola, antes mesmo da viagem à capital federal.
A sorte está lançada e o primeiro grande objetivo bicolor está em jogo. A volta a uma competição internacional ganha mais importância ainda porque a edição de 2015 da Copa Verde ainda não está confirmada. Com exceção dos jogos envolvendo os times paraenses, os demais foram fracassos de público. Para o Papão, tem que ser agora. Outra oportunidade igual a essas tão cedo não será nada fácil.

**Fonte JAmazonia

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